O Frevo não Deveria ser Refém do Carnaval

O poeta popular Davi Teixeira sempre expressa sua grande afinidade pela cultura nordestina, principalmente temas que envolvem a imagem do matuto, do vaqueiro, Rei do Baião e do cangaço. No entanto não se pode deixar de lado sua grande paixão pela capital Pernambucana, onde vive atualmente. Recife também é grande fonte de inspiração para o artista, tanto na Literatura de Cordel quanto no artesanato.

Podemos citar como uma de suas principais obras inspiradas no Recife seu cordel intitulado “O Frevo não Deveria ser Refém do Carnaval“. Na obra Davi expressa a importância de manter o frevo, ritmo musical e dança que é marca registrada da cidade do Recife, aceso mesmo em épocas não carnavalescas, que é quando o frevo explode na cidade inteira e municípios visinhos. Ele também cita os grande artistas que fizeram e fazem o frevo na cidade e mantêm a chama acesa durante tantos anos.

A seguir temos quatro estrofes do cordel de um total de dezesseis:

“O aboio do vaqueiro
Na caatinga do sertão
O cavalo alazão
Por sinal muito ligeiro
De janeiro a janeiro
Isso é fenomenal
Frevo tem que ser igual
Pra se ouvir todo dia
O FREVO NÃO DEVERIA
SER REFÉM DO CARNAVAL.

…

Lá na praça do Arsenal
O cantor Alceu Valença
Chega marcando presença
Abrindo todos canais
Ele sabe o que faz
Com o seu tom musical
Fazendo no carnaval
O que Capiba fazia
O FREVO NÃO DEVERIA
SER REFÉM DO CARNAVAL.

…

E os caboclos de lança
Lá de Nazaré da Mata
De sapato ou de percata
Do passado têm lembrança
Mas não perdem a esperança
Dentro do canavial
Sem rádio e sem jornal
Nunca teve mordomia
O FREVO NÃO DEVERIA
SER REFÉM DO CARNAVAL.

…

Papangus estão na praça
No meio dos foliões
Arrasando corações
Frevando com muita raça
Com o frevo cheio de graça
Na minha terra natal
Se tornando mais real
Para ter mais energia
O FREVO NÃO DEVERIA
SER REFÉM DO CARNAVAL.

…”