Nascido em 14 de fevereiro de 1959, na cidade de Bezerros, interior de Pernambuco, seus pais eram agricultores, plantavam milho e feijão para sobreviver. Nos anos em que não chovia ficavam sem saber o que fazer. A única saída que seu pai encontrou foi caçar com uma espingarda; mas a caça não dava para saciar a fome das oito pessoas da família.
Através da indicação de outros agricultores seus pais foram trabalhar como bóias-frias numa usina de cana-de-açúcar. Quando a safra acabou, decidiram ir para Recife com esperança de melhorar a situação em que viviam. Sem dinheiro para a passagem ficaram na estrada pedindo carona; era quase noite quando conseguiram chegar até Gravatá, onde passaram a noite em um posto de combustíveis. Ao amanhecer pegaram outra carona até o Recife chegando ao bairro de Casa Amarela, na localidade do Córrego do Jenipapo. Seu pai fez amizade com um dos moradores, que ofereceu um quarto com meia parede e um portão, onde ele havia criado porcos. Sem opção, aceitou.
Nesta mesma época seu pai estava com diabetes, mas ninguém sabia. Tempos depois a doença agravou-se e ele foi internado. Enquanto internado, ele recebeu a notícia de que seu filho caçula havia falecido. Por ironia do destino no dia seguinte faleceu uma das suas filhas. Ao receber esta notícia ele disse chorando: “Eu também estou neste caminho”. Sem dinheiro para fazer o enterro, sua mãe pediu ajuda aos moradores do bairro. Alguns anos depois seu pai faleceu.
Para sustentar os quatro filhos sua mãe teve que trabalhar na casa de uma família, na qual a patroa se ofereceu a criar o filho mais novo e a irmã da patroa iria criar o outro filho. Em pouco tempo Davi e seu irmão mais velho começaram a trabalhar.
Davi Teixeira construiu uma família com três filhos: Rodrigo, Ricardo e Alexandre. Trabalhou em várias empresas e, em 1998, foi convidado a trabalhar num posto de combustíveis no município de São Caetano, a 170 quilômetros do Recife. Voltava para casa aos sábados e retornava ao trabalho na segunda-feira às cinco horas da manhã. No início trabalhou à noite e, durante o dia, tirava algumas horas para conhecer o lugar e conversar com os agricultores. Não havendo emprego e sem chuva para plantar esses agricultores ficavam sem saber o que fazer. Observando esses trabalhadores Davi lembrou do passado, quando tinha sete anos de idade. Voltando para seu quarto, que ficava localizado dentro do posto, Davi começou a escrever, retratando aquilo que viu. Logo escreveu a primeira poesia: “Proteção Divina”; e com incentivo da família e inspiração nasceram outras poesias, algumas delas publicadas no jornal A Folha de Pernambuco. “Continuarei a escrever e não pretendo parar”, afirma Davi Teixeira da Silva.